sábado, 14 de abril de 2012

Tanto tempo.


Você tem um segredo?
É?
E por que esconder por tanto tempo, tanto tempo, tanto tempo que chego a perder as contas?
E por que deixar ele virar isso, te fazer virar isso, isso que nem enxergo, que não quero enxergar?
E por que tanto tempo, tanto tempo, tan-to tem-po...

Podia ter falado, gritado.
Podia ter berrado.
Podia ter calado.
Podia ter evitado.

Mas, por que não foi a única? Não é a única?
Por que não é a última a se calar, se fechar, a tornar um segredo que não deveria ser?

E por que por tanto tempo, tanto tempo, tanta coisa acontecendo, e tanto tempo?

Podia ter batido.
Podia ter chutado.
Podia ter fugido.
Podia ter matado.

Mas, minha pequena, quem lhe julga não é nada.
Quem lhe julga é ignorante.
Porque, minha pequena, pequena era.
E, por tanto tempo, tanto tempo, tanto tempo pequena foi.

Podia ter falado, podia ter contado.
Mas que medo tinha você?
Que fantasma lhe atormentava a ponto de.?

Não lhe julgo, ignorante não sou.
Nem a você, nem a nenhuma outra.
Mas me conta, me conta por favor!
Por que por tanto tempo, tanto tempo, mesmo grande, calada foi?

Me conta agora, eu estou sem sono, tenho a mente aberta para lhe ouvir falar.
Me conta agora, eu estou bem, tenho tudo que precisa se quiser chorar.
Me conta agora, eu grande sou, não tenha medo de me olhar.

E eu lhe ajudo, como sempre quis, como quero agora.
Eu lhe devolvo todo tempo que demorou.
Mas por favor, me entrega a flor que ele levou.
Me entrega o sorriso que ele roubou.
Me entrega e eu lhe devolvo em dobro tudo que sobrou.

Porque por tanto tempo, tanto tempo.
eu.
também.
fui.


(Não tente entender, não há nada para ser compreendido aqui, nem por você, nem por mim.)

Um comentário:

adrianombonatto disse...

Então tá. Não tentarei. Mas algumacoisa eu sempre entendo.