sábado, 24 de março de 2012

Eu estava aqui pensando...


Então, como se chama mesmo aquela coisa...
Aquilo que mostra os dentes e...
Como é mesmo?
Aquilo que você tem que esticar os lábios como um elástico...
É na boca, acontece na boca...
É... É...
Ah, sim! Sorriso!
Estou com um agora.
Sem motivo aparente.
Isso não me acontecia há um bom tempo nessa face que até pouco jorrava lágrimas de aparente dor.

Pois é.
Acho que desacostumei a sorrir depois que. E desacostumei a achar isso comum depois de.
Mas, isso não vem ao caso.

O fato é que estou com um sorriso bobo, torto e sincero.
Minha mandíbula dói, mas não há dor mais prazerosa que essa de sorrir o dia todo, a todo instante.
O motivo?
Pois bem.
O motivo, deixe-me pensar por um breve instante.
(breve instante)
Não sei...
Talvez possa ser algo tão óbvio e lógico que eu esteja querendo evitar por achar que não é, mesmo sendo.
Ou, talvez, nem seja tão lógico assim.
Que loucura quando tentamos achar respostas para a dor e não as encontramos.
Loucura maior é tentar achar respostas para a felicidade quando sabemos que a felicidade não é dotada de uma explicação racional.
E mais: felicidade não é para ser explicada, é para ser sentida.
Tudo bem, eu sei que parece meio clichê, mas não encontro nada melhor no momento.

Então, o que eu ia dizer mesmo?
Ah, claro!
Eu estou feliz, apesar de tantas preocupações (que não são poucas, nem pequenas) eu estou feliz.
Feliz por conseguir lidar com cada uma delas.
Feliz porque não há palavra melhor que me explique agora.
Feliz porque consigo ser mais forte do que antes achei que fosse.

Não deixei de chorar.
Continuo a lubrificar meus olhos com um sentimento puro de amor, saudade, preocupação e, por vezes, tristeza.
Mas, essa tristeza já não impera mais aqui.
Aqui impera a alegria, a fé, o sonho, a luta, a vontade.

E eu devo isso a tantos, tantos...
A você, minha mãe amada, querida.
A você, minha família imperfeita.
A vocês, meus amigos (os verdadeiros), meus irmãos que escolhi.
Eu devo isso a Ti, meu Deus, que em momento algum me abandonaste.
Devo a tantos que se fosse nomear não caberia aqui.

E devo a mim.
Porque nada seria possível hoje se eu tivesse desistido por inteiro.
Estaria nadando em outros mares, voando em outros ares, queimando em outros infernos.

Obrigada a você, a mim, a nós.

Eu estou feliz.
E deixo aqui registrado para a prosperidade que pode, sem querer, tentar me roubar de novo esse sentimento que eu quero levar para a vida inteira.

HOJE EU FUI FELIZ.
E ESPERO CONTINUAR SENDO.


(créditos da foto a minha querida Nizer Freitas)




quinta-feira, 8 de março de 2012

Amor Meu, de mim para mim mesma.



Eu estou querendo mudar.
Mudar do verbo "mudar para melhor", entende?
E mudar para melhor requer que eu abra mão de algumas coisas.
Não que eu não goste da forma como sou, muito pelo contrário, eu me amo por inteira, eu tenho amor-próprio, eu amo ser feliz, eu amo a vida e, acima de tudo, amo minha essência.
Amo essa essência que eu trago de berço, trago da infância, trago da adolescência e levarei comigo até meu último piscar de olhos.
Admito que até pouco tempo (muito pouco tempo) eu não tinha todo esse amor por mim mesma.
Admito que falhei comigo mesma. Não contigo, nem com ela, nem com ele. CO-MI-GO.
Falhei quando tentei ver as minhas qualidades, que eu sabia que tinha e tenho, no corpo de outras pessoas.
Falhei quando tentei inconscientemente mudar outras pessoas como forma de torná-las mais próximas de uma realidade que é minha e que, por sinal, é MAGNÍFICA!
Uma realidade que nem eu mesma lembrava que era minha e por isso buscava implantá-la em outros.
Uma realidade de lutas e vitórias que me renderam muitas dores, muitas lágrimas e muitos sorrisos.
Uma realidade em que eu mesma posso decidir ser ou não ser feliz.
Uma realidade em que os meus sonhos são MEUS... E como é bom poder sonhar os MEUS sonhos e não o de vocês.
E melhor ainda saber que eu posso lutar.
Eu queria que sentissem minha dor para amadurecerem, que tivessem os mesmos desafios para crescerem como pessoas, que tivessem que lutar como lutei para darem valor ao mais simples gesto, à mais simples forma de 'ser' sem necessariamente 'ter'.
Minha vida inteira foi luta e como poderia eu querer fugir dessa minha característica de guerreira justo agora?
Como pude eu por certo tempo distanciar-me de mim mesma, dessa minha essência só para tentar mostrar aos outros que não há nada mais lindo, puro e humano que o amor?
Cada um deve aprender por si só.
(Se você ainda não aprendeu, calma, a vida te mostra. Uma hora ou outra ela de mostra.)

Como é doce a percepção de tudo isso.
Como é leve o olhar sobre mim mesma nesse momento.
Como é lindo esse meu mundo onde eu amo, eu luto, eu sonho, eu vivo!

Eu quero mudar.
E digo mudar do verbo "mudar para melhor".

Porque eu pequei comigo mesma quando me deixei ser desvalorizada, quando me deixei ser enganada, quando deixei que o mais puro de mim, esse coração que não é de aço e que emana amor por todos os lados, fosse minimizado, maltratado e tratado como coisa qualquer a ser jogada aqui, ali e lá.

Eu pequei quando não me amei para amar os outros.
Pequei quando deixei que banalizassem minha essência de ser verdade, de ser inteira e nunca, jamais!, pela metade.

Por isso eu quero mudar, mas não para agradar alguém, porque afinal é impossível agradar todo mundo. É impossível viver querendo agradar o mundo alheio.
Não quero mudar a cor do cabelo, a roupa que eu visto ou qualquer coisa do tipo tão fútil perto daquilo que pode ser melhorado.
Eu quero mudar o que agora, escrevendo esse texto, percebi que já mudei.
Porque agora eu me amo como eu sempre quis.
Agora eu sou capaz de ser feliz, mais e mais e mais.
E sempre.


Só depende de mim.


(Foto: créditos à fotógrafa Nízer Freitas)